Audiência pública sobre Racismo e Mercado de Trabalho, foi realizada na quarta-feira (10), no Plenário da Câmara Municipal de Três Lagoas. A subsecretária Estadual de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial, Vânia Baptista Duarte foi uma das palestrantes, e relatou sobre a audiência ser um espaço de diálogo com a sociedade, necessário para ações de superação de desigualdades. “Se não há igualdade, o governo precisa promover a igualdade e a equidade”, frisou. Também destacou o percentual de população negra no Brasil: 54%. E, que dados do IBGE vão trazer um aumento desse dado, uma vez que pessoas estão se reconhecendo como negras.
Quanto aos números referentes ao mercado de trabalho, citou que apenas 5% da população negra brasileira ocupa cargos de direção, que a maioria da população sem moradia é negra e que pretos estão em menor número entre os trabalhadores com carteira assinada. “Uma situação histórica de desigualdade. Várias pesquisas que a gente recorre continuam trazendo a informação de que tanto homens quanto mulheres negras ainda são os que recebem os menores salários, ganham menos e a diferença é significativa.” pontuou a Subsecretária.
Também foram citadas medidas reparatórias, como garantir vagas para negros em órgãos públicos, por meio de leis estaduais de cotas e ações como visitas as prefeituras do estado, e as secretarias municipais de educação, para inclusão da temática no ambiente escolar. A Subsecretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial tem desenvolvido um projeto que faz um diagnóstico das populações quilombolas no MS, com objetivo de estabelecer um diálogo para efetivação de políticas públicas no estado.
O presidente do (CMDN), professor José Bento de Arruda, afirmou que para o ano de 2023, os membros do conselho têm uma agenda intensa de igualdade racial e um dos eventos programados era a audiência pública. “Os membros do Conselho estão aqui para ouvir, mas principalmente para propor políticas públicas que vão ao encontro dos anseios da população negra, de Três Lagoas.
O presidente do Conselho Municipal da Diversidade LGBTQ+, Edmilson Cardoso da Cruz, também foi convidado a falar e pontuou sobre a discriminação que pessoas da comunidade LGBTQ+, sofrem no mercado de trabalho, citando que é difícil oportunidades, de emprego na realidade local. “Quando nós vemos na rua uma pessoa negra e trans, pode ser que tenha sido negado o estudo a ela. Quanto mais amplo a gente discutir este assunto, melhor vai ser para a população negra deste país”.
O evento foi proposto pelo vereador professor Negu Breno e o Conselho Municipal dos Direitos dos Negros. Estiveram presentes representantes de órgãos federais, Sinted, poder judiciário e Polícia Militar.
Texto: Bel Manvailer, Setescc